segunda-feira, setembro 26, 2016

TANIZAKI E MELOPEIA

Talvez Manuel da Silva Ramos nunca venha a fazer parte dos meus duzentos autores portugueses favoritos; problema meu e só meu, bem entendido. Mas como não cobrir de indulgências alguém que diz de uma prostituta brasileira que podia ter saído de um romance do Tanizaki, e que intitula um dos seus contos "Melopeia sintrense com direito a sonho e pausa musical entendida como copulação sonâmbula vertical"? (A propósito de "Perfumes eróticos em tempos de vacas magras", Parsifal, 2014.)

sábado, setembro 17, 2016

Atendera ao aviso de um poema e os poemas não são de confiar.

(Hélia Correia, "Adoecer", Relógio d'Água, pág. 254)

segunda-feira, setembro 05, 2016

OH LA LA LOLITA

Em pleno zapping, chego ao canal "Arte" e constato que estão a passar "Lolita", de Kubrick. Não me falta vontade de ficar a ver pelo menos uns minutos, mas eis que descubro tratar-se de uma versão dobrada. O meu dedo carrega no botão do telecomando com uma prontidão proporcional à falta de vontade de ver um actor genial como Peter Sellers debitar um monólogo em francês postiço.

Agradeço ao Destino ter-me feito nascer num país pobretanas onde não há dinheiro para dobrar filmes.